Em Voo Duplo observamos o resultado e os vestígios de mais de um mês de trabalho colaborativo entre dois artistas em formato de residência onde são exploradas linguagens escultóricas e de performance audiovisual. Maria Ribeiro e Francisco Trêpa exploram juntos a dimensão material do reflexo e abordam uma esfera de processos que refletem sobre o conceito de armadilha através de métodos que capturam imagens.
excerto de texto de Carolina Pelletier Fontes
a leveza não se traduz nem explica , não se ilustra nem comenta — como não se deseja nem se procura sem antes saber que há ., a riqueza que a suporta raramente é percebida .. surgem ambas sempre em estado simples ainda se o processo para a atingir esteja longe de o ser .
divagam imagens surtidas por entre imaginários : vagueiam como registos fósseis ., ou evocando linhas galácticas ., ou redes neurais ., filamentos de partículas sub-atómicas ... , ou como meras folhas raízes poeiras e areias , mais acessíveis e ordinárias
contudo , aqui , os gestos para obter novas impressões , não são dirigidos a seres iluminados ( que revelarão o seu instante e presença pela luz ) , mas a sombras por fixar ( que se irão revelar , à luz , pelo tempo , variável )
excerto de texto de Manuel Rodrigues