á bê cê ou quê dê é éfe ou fê
guê ou gê agá i jota ou gê
capa éle ou lê éme ou mê
éne ou nê ó pê quê ou quê
de cauda ou quê de nove
érre ou rê ésse ou cê tê u
vê dâbliu xis ípsilon zê
[leitura tipográfica do poema ‘Alfabeta’ de Salette Tavares, composto em Clarendon]
Galeria Diferença, 3 de Fevereiro 2011 – 21:30
Jorge dos Reis O leitor compulsivo de alfabetos – Performance
Interpretação fonética dos poemas visuais de Salette Tavares
Partindo de um conjunto de poemas de Salette Tavares que servem de
partitura para uma performance sonora, seleccionam-se obras que de modos
diferentes permitem uma leitura gráfica e tipográfica. Analisa-se
foneticamente o poema e a forma como ele serve de notação para a oralidade
enquanto dispositivo sistemático da interpretação.
O trabalho de Salette Tavares permite verificar que a ligação entre
significado e significante, quando em perfeita sintonia, realizam um poema
objectivo, perceptível por uma larga maioria. Uma manipulação informada da
tipografia, com a qual revela verdadeira familiaridade, juntamente com uma
personalidade literária extremamente apurada, faz de cada um dos seus
poemas artefactos que comunicam directamente com o observador. Mais
ainda, a dimensão fonética presente em cada um deles evidencia uma
sonoridade interior que completa o poema. Jorge dos Reis